quarta-feira, dezembro 13, 2006

A Mídia e o espelho

Há teóricos que relacionam a mídia como reflexo da sociedade, mas até que ponto este pensamento está correto? Claro que não existe uma unanimidade que penda para uma e outra hipótese. Os que pensam que a mídia controla a sociedade desejam, ou acreditam que não há pessoas que pensem alé, ou aquém do que a mídia divulgaem rádio, jornal, revista e principalmente TV. Pode ser que a minoria pense realmente diferente das "histórias" contadas pela mídia todos os dias, por meio das informações jornalísticas, novelas e programas de TV e rádio.
Pode ser que, ainda, uma parcela pequena difira do pensamento que lhe é imputado pela mídia. Pode ser que uma parte grande da sociedade acredite piamente no que é divulgado pela mídia. Mas, valer-se da falta de conhecimento - percebam que disse falta da conhecimento e não de falta de sabedoria - do povo brasileiro para fazer acreditar que TODOS somos "guiados", em TODOS os atos de nossas vidas pelo que a mídia diz ser correto ou não, é se não uma ingenuidade, uma descrença que há seres pensantes no seio da sociedade.

Esse reflexo da sociedade inverídico, se não for distorcido como um
espelho côncavo (ou covexo), faz com que, ao contrário do que se
pensa, elege-se - por exemplo um operário e o re-elege - mesmo a
despeito de uma campanha de difamação orquestrada pleos meios de
comunicação à direita de um pensamento verdadeiramente progressista. Essa é a mesma mídia que acredita que uma novela de Tv leva jovens a protestar e pedir impichement de um presidente, e que, em geral, acredita que TODO que diz se torna verdade. Houve tempo em que se visse diversos telejornais e/ou lê-se vários jornais e revistas ter-se-ia informações diferentes, pontos de vistas diferentes, mas não ocorre isso hoje. parece que o espelho não é a sociedade, mas a própria mídia - que se copia neroticamente, e porque não dizer necrologicamente, de um canal de TV para o outro, o mesmo em rádio, em jornais e revistas. Claro que existem as exceções - mais exceção é minoria.

Mas o povo, a população, não é minoria, nem maioria silenciosa (para citar Jean Baudrilard), basta perceber´as últimas eleições na América Latina. Cançado das alternativas mornas da direita e da "centro-esquerda" (ou seria centro-direita, tanto faz não consigo acreditar mais nesses termos). Aliás esses termos - direita, esquerda, centro sei lá do que, estã obsoletos - essa denominação também é fruto de uma massificação de informação que passa de geração para geração como se houvesse um rótulo e diferenciação de um grupo para o outro. A mídia, nos tempos do realismo imediato e efêmero, não se importa com a responsabilidade, de veicular esta ou aquela informação, e com a
suas conseqüências. A importancia se dá a velocidade e ao impacto que vai causar na venda dos jornais e revistas e nos pontos de audiência no rádio e TV. Não sou o primeiro, nem o único, tampouco o último a denunciar/criticar esse comportamento da mídia.

O verdadeiro espelho está dentro de cada pessoa, no que acredita e no que quer. Essa é a força que muitos meios de comunicação tentam
extrair da chamada maioria silênciosa, como já disse Jean Baudrilard. Mas essa maioria não apenas absorve, como um buraco negro - aliás já está provado que a muito mais nestes do que apenas uma imensa "vontade" de tudo "engolir" e chamar de negro tudo que não é bom na sociedade é de um maniqueísmo absurdo e covarde - pois ela reclama atenção, critica, revolta-se e cobra dessa mídia mais realidade e menos farsa, menos maquiagem nas informações e mais veracidade nos fatos. Assim como o espelho não reflete uma verdade, pois que é uma imagem inversamente iluminada (imagem, como na fotografia é luz e sombra - aqui não é difernte), a mídia não o é também, porque existe pessoas que pensam do outro lado do balcão de vendas.

O Mito da caverna e a Mídia

As pessoas acorrentadas em uma caverna, vendo apenas as próprias
sobras na parede eram uma imagem grotesta, assustadora. Da mesma
forma, hoje, quando analisamos a mídia televisiva percebemos que
ficamos como os moradores daquela caverna de Platão - a nossa imagem
do mundo fica distorcida, não reflete a verdade - ao menos na maioria
das vezes. Quando começamos a pensar, ao menos um pouco, e procuramos
outros meios de informação e melhor - quando começamos a selecionar
as informações que recebemos - percebemos que o mundo e nossas vidas
diferem muito das pessoas. Começamos, então, depois dessa mudança de
vivência, a perceber a vida de outra maneira - muito diferente da
maioria das pessoas. Passamos a ser "um peixe fora d'água". Somos até
taxados de loucos, idealistas, de vivermos em um outro mundo, que não
é o da realidade. Isso tem certa verdade, pois que o angulo e visão
nosso mundo se modifica. O filósofo é aquele ser que conseguiu se
desacorrentar e sair da caverna, foi conhecer o mundo exterior e
voltou para a caverna. Ele (o filósofo) tenta a todo custo ajudar as
pessoas que estão na caverna a verem e pensarem de forma a
raciocinarem por si e não por influência desta ou daquela emissora de
TV. A vida do filósofo é dura por um lado (não é entendida por
muitos), mas por outro lado é apaixonante por que pode ajudar aos que
querem ver de forma diferente a fazê-lo. A televisão é o mito da
caverna dos dias atuais. Um mito que precisa ser derrubado todos os
dias, para que mais e mais pessoas sejam desacorrentadas do julgo da
mídia. Essa é a missão da filosofia, não, não estou falando sobre
desacreditar a mídia, fazer as pessoas pensarem e assumirem seu
próprios pensamentos e teorias.